sábado, 30 de junho de 2012

Dica da Semana

A dica que tenho para dar essa semana, de filme e de livro, é muito especial para mim. Ainda não li o livro, mas o filme me inspirou muito e, pela primeira vez, tive uma opinião que discordou dos comentários de um crítico que sempre acompanho. Por isso eu gosto de dar uma chance a filmes e livros, mesmo que me digam que não valem à pena.
O filme é Tão forte e Tão perto, originalmente "Extremely loud and Incredibly close".
Estrelado por Tom Hanks, Sandra Bullock e pelo pequeno Thomas Horn, esta película é um drama que conta a história de Oskar, um menino peculiar de 11 anos de idade que perdeu o pai nos atentados de 11 de Setembro, e sua busca incansável atrás das respostas, aparentemente deixadas pelo pai, através de uma chave desconhecida. Determinado a descobrir a que fechadura sua chave pertence, Oskar embarca em uma aventura pelos cinco distritos de Nova York, o que acaba por fazê-lo se deparar com dezenas de pessoas diferentes, vivendo em situações diferentes.
Diferentemente de como se dava com o pai, Oskar tem um relacionamento intenso, mas não de forma positiva com a mãe (Bullock), principalmente por acreditar que ela não é capaz de pensar como ele e o pai.
A jornada na qual a chave desconhecida joga Oskar, o faz perceber que ele não foi o único que perdeu algo importante, a maioria das pessoas com quem ele se encontra também teve uma perda significativa, e são todos sobreviventes.
Oskar é um garoto precocemente inteligente e esperto, mas tem dificuldades para se relacionar com pessoas e para realizar atividades comuns a outras crianças. Por vezes age como adulto, mas, em outras, é quase tão insuportável quanto uma criança pirracenta. Em sua busca, conta com a ajuda do "inquilino", um idoso que se muda para a casa da avó de Oskar e que não fala, cujo personagem também tem um importante histórico para a trama. 

A principal questão do filme, para mim, é: Oskar sente uma saudade tremenda do pai, mas tem dificuldades para admitir isso. Ele teme que, ao falar como se sente, a lembrança que tem do ente querido vagueie com o som de sua voz. Por isso, ele guarda para si todos os segredos envolvendo o pai, inclusive as ligações que este fez para casa, no momento do atentado. E, por isso, ele sente que terminar o enigma da chave é sua obrigação.
Oskar espera que o que a chave tranca possa aproximá-lo mais uma vez do pai, mas, quanto mais se aproxima da resposta, mais distante fica da própria mãe. Em sua busca pessoal e a cada etapa de sua procura, ele deve abandonar seus medos e aprender a lidar com alguns fatos, principalmente com a descoberta de que nem tudo é exato e que nem tudo se explica.
Ao final, Oskar descobre que sempre haverá meios de sentir seu pai perto e que sua mãe se parece muito mais com ele do que ele era capaz de imaginar. 

"Se o Sol explodisse, só daríamos conta oito minutos depois, porque este é o tempo que a luz do Sol leva para chegar até a gente. Durante oito minutos, ainda haveria claridade e calor. Fazia um ano que meu pai morrera, e eu sentia que meus oito minutos com ele estavam se esgotando."

Acho eu que, encontrar um sentido nesse filme está além de assisti-lo do começo ao fim, deve-se buscar algo om o qual se identifica. Não assista esperando um drama familiar ou a busca desesperada de uma criança por mais um pouco do pai falecida, o filme não é simples e não se resume somente a isso. Acredito que é a razão para algumas críticas negativas. Também acho que a película não trata sobre a busca, mas sobre a determinação e a capacidade de lidar com as coisas, e aceitar que nem tudo se explica.
Pessoalmente, me identifiquei, e muito com Oskar, pelo seu jeito meio anormal, e isso me possibilitou um passo para dentro do filme e aguçou minha sensibilidade por ele, porque pude entender todos os, ou a maioria dos, questionamentos dele e a sede por ir até o fim. 
O filme não é fácil, mas se conseguir compreender, vai se arrepiar.

Trailer:




O Livro

O livro que originou o filme, tem o título mais fiel ao original, Extremamente alto e Incrivelmente perto.
De Jonathan Safran Foer, está disponível para compra online em muitos sites, mas é possível encontrá-lo no  site da Editora Rocco , da Livraria Saraiva e no Submarino .
Leia a sinopse no Skoob !

Um comentário:

  1. Eu adorei o filme, é mesmo muito mais profundo do que parece, na minha opinião a questão central mostra luto que cada um faz o seu de uma maneira diferente e se conforta nele para fugir da dor. A do menino foi esta, foi a procura da resposta, pra se sentir em paz. E a "chave" simboliza bem isto! Achei emocionante!

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